Vera Rubin foi uma renomada astrofísica americana cuja jornada desafiou os limites do conhecimento e iluminou novos horizontes na astronomia. Nascida em 1928 na Filadélfia, desde cedo demonstrou um grande fascínio pelo Universo e pela exploração cósmica. Quando criança, Vera ficava noites em claro apenas observando o céu noturno; junto de seu pai, um engenheiro eletricista, construiu seu próprio telescópio feito de papelão.
Apesar dos desafios enfrentados pelas cientistas da época, Rubin perseverou, obtendo seu diploma em astronomia pela Vassar College em 1948. Alguns anos depois, ela completou seu mestrado na Universidade Cornell e seu doutorado em Georgetown, e foi nesse período em que ela começou a mergulhar nas observações de curva de rotação das galáxias que mudariam para sempre nossa compreensão do Universo. No meio da década de 60, lutou para se tornar a primeira mulher a ter acesso ao Observatório Palomar, na Califórnia, já que o local permitia apenas a entrada de homens.
Pouco tempo depois, a astrofísica conquistou uma vaga importante no Departamento de Magnetismo Terrestre do Instituto Carnegie, mas ainda assim continuava pesquisando incansavelmente sobre a curva de rotação das galáxias e o movimento de suas estrelas. Em 1968, enquanto estudava galáxias espirais no Observatório Kitt Peak nas montanhas do sul do Arizona, Vera fez uma comprovação extraordinária que abalou as bases da astronomia: a matéria escura. Ao observar a rotação das galáxias, ela percebeu que as estrelas nas bordas se moviam mais rápido do que o esperado, indicando a presença de uma massa invisível que influencia gravitacionalmente o movimento das galáxias. Graças a cientista Vera Rubin, sabemos que esse componente existe e é responsável por manter as galáxias unidas!
Mesmo com suas importantes contribuições, infelizmente a astrofísica nunca ganhou o Nobel da Física; até 2023, dentre os 224 indivíduos que já receberam o prêmio, apenas 5 são mulheres. Porém, isso não a impediu de ser reconhecida pelos seus feitos: no Sistema Solar, há uma cratera em Marte (Vera Rubin Ridge) e um asteroide (5726 Rubin) nomeados em sua homenagem, além do observatório chileno “Vera Rubin”.
Além de suas realizações científicas, a astrônoma foi uma defensora incansável da igualdade de gênero na ciência, mãe de 4 filhos e esposa de Robert Rubin. Ela lutou contra o sexismo e defendeu oportunidades iguais para mulheres na academia e na pesquisa científica, afirmando que “Em vez de ensinar Física às meninas, deveríamos ensiná-las, desde cedo, que elas podem aprender tudo aquilo que quiserem”. Mesmo após sua morte em 2016, aos 88 anos, o impacto de Vera na astronomia e no avanço do conhecimento científico permanece imensurável. Sua coragem, determinação e curiosidade incessante continuam a inspirar todos aqueles que buscam desvendar os mistérios do Universo.
Por: Ana Laura J. das Graças
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